domingo, 14 de novembro de 2010

do sufoco

Nossa, estranho a campainha tocando a essa hora. Se não fosse você, jamais teria atendido! E então, o que houve? Uma história? Ou uma estória? Claro, claro, deixe-me buscar café, preciso acordar. Sente-se, porfavor. Você já é de casa, não precisa fazer cerimônia! Essa é uma das minhas prediletas:

Queria casar com ela! Se possível, morar junto antes de casar. Havia perdido ela uma vez em sua juventude, em meados de 1998. Namoraram apenas 3 semanas, como pode? Mas tudo tem uma explicação sim: ela ia se mudar pra longe, ia atrás d'um sonho que ele não compartilhava. Pior: ia se mudar em pouco tempo. De que adiantava começar o namoro e deixar o tempo aumentar o apego pra quando da partida a dor ser maior? Mas ele também não queria ficar no vai-e-vem. Se fosse dizer a ela o real motivo de não querer mais estar ao seu lado, ela ia continuar ao seu lado. Ele só tinha uma coisa a fazer: ela deveria deixar de gostar dele! Santa coragem! Foi aí que ele começou a falhar. Não ligava mais, deixava de responder as mensagens e decidiu aproveitar o pouco tempo oficial pra não querer conhecer o pai dela. Não passou mais de 10 dias assim pra que ela tomasse o início da conversa. Até que acabaram indo cada um pro seu lado. Porém, amizade mais bonita não poderia existir. O problema foi como ele ficou se sentindo depois que ela foi embora, sabe? O sentimento de culpa por não ter feito dar certo foi tão grande que ele jamais conseguiu esquecer essa dívida com ela e, consequentemente, jamais a esqueceu, de fato. Ela dava um jeito de se comunicar com ele, via carta mesmo, daquelas que a gente bota no correio. Receber uma carta dela era tudo pra ele, e toda vez que sabia que ela ia passar pela cidade, o coração ficava aos pulos! No natal ela sempre vinha antes do dia 24 de Dezembro. Só que pra ele visita no natal acontecia assim que sabia a hora exata do desembarque dela, mesmo que o natal não fosse naquele dia e que o desembarque fosse daqui a seis meses. Esperava por ela como nunca tinha esperado por ninguém. E o mais interessante, deveras, era que ambos podiam se relacionar com outras pessoas, porque era como se, no fim, eles fossem ter o tempo que não tiveram outrora, pra fazer valer tudo o que um havia prometido ao outro e que não puderam cumprir.